quarta-feira, 26 de agosto de 2009


Idade Moderna é um período específico da História do Ocidente. Destaca-se das demais por ter sido um período de transição por excelência. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido pelos historiadores franceses, 1453 quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, e o término com a Revolução Francesa, em 1789.
Entretanto, apesar de a queda de Constantinopla ser o evento mais aceito, não é o único. Tem sido propostas outras datas para o início deste período, como a Conquista de Ceuta pelos portugueses em 1415, a viagem de Cristóvão Colombo ao continente americano em 1492 ou a viagem à Índia de Vasco da Gama em 1498.
Algumas correntes historiográficas anglo-saxónicas preferem trabalhar com o conceito de "Tempos Modernos", entendido como um período não acabado, introduzindo nele subdivisões entre Early Modern Times (mais antiga) e Later Modern Times (mais recente), ou então procedem a uma divisão entre sociedades pré-industriais e sociedades industriais. A noção de "Idade Moderna" tende a ser desvalorizada pela historiografia marxista, que prolonga a Idade Média até ao advento das Revoluções Liberais e ao fim do regime senhorial na Europa, devido a ampla ação das Cruzadas, que expandiram o comércio na Europa.
A dificuldade da delimitação cronológica do período se deve, principalmente, às divergências de interpretação quanto à origem e evolução do sistema capitalista. Contudo, o período histórico que vai do século XV ao XVIII é, genericamente percebido com um "período de transição".
A época moderna pode ser considerada, exatamente, como uma época de "revolução social" cuja base consiste na "substituição do modo de produção feudal pelo modo de produção capitalista".
O Renascimento Comercial que vinha ocorrendo desde a baixa Idade Média (séculos XI, XII e XIII), apresentava o seguinte quadro:
no Mediterrâneo: fazia-se a ligação entre a Europa e Oriente envolvendo as cidades italianas e os árabes.
no Norte da Europa: ligando o mar do Norte ao mar Báltico, predominavam os comerciantes alemães.
no Litoral Atlântico da Europa: através da navegação de cabotagem, ligava-se o mar do Norte ao Mediterrâneo.
no Interior do Continente Europeu: predominam antigas rotas terrestres.
As feiras, as Cruzadas e o surgimento dos Burgos, ao longo da Idade Média, eram sinais, também, de que o comércio renascia.
A partir do século XV o comércio cresceu extraordinariamente, fruto, naturalmente, de modificações ocorridas no interior das sociedades feudais européias (aumento da população, crescimento das cidades, desenvolvimento das manufaturas, etc).
Esta época pode-se caracterizar por um desanuviamento da "triologia negra" - fomes, pestes e guerras - criando condições propícias às descobertas marítimas e ao encontro de povos

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Tolerância Religiosa no Mundo Grego AntigoNesta coluna, quero mostrar que o povo helênico tinha uma compreensão clara de diferenças culturais e de crenças mundiais distintas. Os gregos não passavam pelos mesmos tipos de conflitos culturais nas crenças religiosas que passamos hoje. O formato deles era mais debater e transmutar as idéias para que elas coincidissem com os ideais gregos, uma adaptação à qual poderia não modificar sua forma. Eles tinham uma clara e concisa compreensão das diferenças culturais. Vamos tentar ver como eles lidavam com essas diferenças.Comecemos pelo matemático e astrônomo Eudoxus, um incrédulo que questionava por que Deméter não partilhava da supervisão das questões amorosas e Ísis sim. Pelo padrão egípcio, Dionísio não poderia fazer o Nilo se erguer, nem governar sobre os mortos. Osíris é quem teria contribuído para a origem das coisas e Ísis distribuiria essas coisas. Plutarco, no entanto, estudou os egípcios e a teologia deles em torno das colheitas e mudanças de estações que afetavam as colheitas. Ele viu que as pessoas acreditavam nessas coisas como valor aparente, ignorando o óbvio e as razões familiares do porquê um incidente acontecia. Os egípcios compartilhavam e aprendiam as perspectivas culturais dos gregos, mantendo registro dos deuses gregos tanto quanto dos deuses egípcios. Eles acreditavam que todas as pessoas possuíam deuses egípcios e eram familiares a eles, só que os egípcios chamavam os deuses pelos nomes egípcios, entendendo e honrando o poder que pertencia a cada um deles.Plutarco dizia que as pessoas têm que ter cuidado para não fazer dos deuses algo mais do que meros aspectos da natureza, roubando deles, sem querer, de suas divindades, como faziam alguns gregos que associavam apenas o vinho a Dionísio e a chama a Hefesto. Cleanthes, um filósofo estóico da Lídia, dizia que a rajada de ar que é carregada (pheromenon) através das plantações e depois sofre dissolução (phoneuomenon) é a deusa Perséfone. Plutarco diz que, ao fazer isso, é como dizer que as velas e cordas e âncoras são o piloto, ou que a taça o mel e a cisão são o médico. Plutarco observa que os humanos criam opiniões ateístas pavorosas porque colocam a divindade sobre os objetos naturais, que são insensíveis e inanimados, e são por necessidade destruídos pelos homens quando precisam usá-los. É impossível conceber essas coisas como sendo os próprios deuses, uma vez que um deus não é insensível, inanimado ou sujeito ao controle humano. Os deuses, na verdade, seriam seres que fazem uso dessas coisas, apresentam-nas a nós e provêm aos humanos coisas duradouras e constantes.Agora vamos tentar com que isso faça sentido no nosso mundo moderno. Muitas pessoas hoje não pensam nos deuses como deuses diferentes entre pessoas diferentes. Não pensam mais em 'deuses gregos x deuses bárbaros', mas acreditam que os deuses são as mesmas providências que observam todas as pessoas e são chamados por nomes diferentes. Embora os humanos possam ser engolidos tanto por seus próprios simbolismos quanto por se tornar supersticiosos demais, eles também podem ir exatamente pelo extremo oposto e ficar com tanto medo que acabam indo despercebidamente para uma opinião ateísta. Através da filosofia, podemos estudar todos os aspectos humanos adotados e, através da razão, tentar encontrar alguma verdade.Ainda citando Plutarco, ele acreditava que o que é bom e justo vem dos deuses, com os deuses fazendo coisas boas e justas e as enviando ao mundo. Se as pessoas usassem mais da razão, honrariam os deuses por isso. Ele diz que as pessoas se esquecem da bondade e justiça dos deuses e lhes dão atribuições humanas e naturais, como se fossem objetos inanimados, insensíveis e controláveis. Os deuses presidem sobre cada aspecto da vida, e isso é bom.Plutarco afirmava que, embora com nomes egípcios, os deuses eram os mesmos dos gregos, e as pessoas poderiam se achegar às divindades por quaisquer nomes e significados com os quais elas estivessem confortáveis, uma vez que a essência e o ser deles (ousia) era o mesmo. Ele dizia que não se poderia haver deuses só dos gregos, como se fossem humanos que viraram deuses, porque isso daria aos mortais um falso controle que não temos. Porém, se você chama o deus de Zeus, então para você ele é um deus grego. Ou seja, ele falou de uma forma mais filosófica e ideológica do que religiosa. Isso faz crer que a religião grega era tolerante com outros deuses. E aí chegamos onde eu queria.Os gregos eram muito tolerantes com outros deuses. Porém, não posso negar que eles eram elitistas. Eles não achavam que todos os deuses eram os mesmos, universais, com nomes diferentes, e sim achavam que todos os deuses eram os deuses gregos (que os outros chamavam por outros nomes). Se bem que eu acho que a maioria dos povos (ao menos os politeístas) pensava e ainda pensa assim.Já os cristãos, estes pensa(va)m no paganismo como sendo algo de abominação, idolatria, feitiçaria e sacrifício humano. Um historiador chamado Hans Lietzmann declarou que "o erro do politeísmo levou as pessoas às trevas e ao caos moral". Mas o paganismo clássico da antiguidade era a fé/crença da mais alta civilização, os gregos e romanos. Um historiador do século XIX chamou o paganismo de "uma doença moral do mundo romano". Cristãos modernos, como Jerry Falwell pensa(va)m que o paganismo era(é) do mal. Mas o valor central do paganismo foi justamente a tolerância religiosa. Um prefeito pagão do século IV, Symmachus, uma vez declarou: "O que importa por qual sabedoria cada um de nós chega à verdade? Não é possível que apenas uma estrada leve a tão sublime mistério". Os pagãos faziam e fazem preces pela saúde, felicidade, segurança, uma boa vida na terra e a salvação após a morte. Eles valorizam a justiça, a misericórdia, a vida decente, a moral, a temperança, a coragem, a castidade, a obediência aos pais e magistrados, e tem uma reverência aos votos e à lei. Politeístas não são inclinados a ditar aos outros como e a quem rezar e a quem deveriam oferecer seus sacrifícios. Eles sempre foram dispostos a misturar e comparar deuses e deusas, rituais e crenças, e a buscar o favor divino de muitas deidades diferentes. Uma religião de tolerância e tradição, o paganismo era um exemplo e modelo de padrão religioso.Nossa religião era uma religião de boas-vindas, uma religião hospitaleira. Tanto que uma das principais éticas do Helenismo é a da Xenia (hospitalidade, amizade convidativa, reciprocidade, proteção). Talvez por isso que os antigos pagãos foram tão facilmente conquistados quando da chegada dos cristãos. E depois ainda levaram a fama de malvados e imorais...(Alexandra E.N.)

O respeito à autonomia do paciente estende-se aos seus valores religiosos. Tais valores não podem ser desconsiderados ou minimizados por outrem, em particular pelos profissionais de saúde, a despeito dos melhores e mais sinceros interesses destes. Ademais, os valores religiosos podem ser uma força positiva para o conforto e a recuperação do paciente se ele estiver seguro de que os mesmos serão respeitados.
UNITERMOS _ Valores, respeito às crenças, autodeterminação
As crenças religiosas estão entre as mais acalentadas convicções do ser humano, cuja vida é tremendamente influenciada por sua visão dos atributos de Deus (soberania e onipotência), dos atributos das outras pessoas (a santidade da vida) e da sua relação pessoal com Deus (comunicação e obediência aos mandamentos). O respeito mútuo às convicções pessoais faz com que haja uma relação pacífica entre as pessoas na atual sociedade pluralista em que vivemos.
Exatamente por causa do pluralismo, devemos esperar que haja discordâncias de opiniões, inclusive em assuntos de tratamento de saúde. Os conflitos sobre decisões quanto ao que e como tratar freqüentemente resultam de diferentes percepções dos fatos, emoções ou valores culturais e, naturalmente, religiosos da pessoa enferma. Quando o enfermo discorda por motivos religiosos do curso de tratamento proposto pelo médico, pode haver o conflito ético e moral entre as convicções do médico e as suas, sobretudo se o médico crê firmemente que o tratamento que está recomendando é melhor para o referido caso.
Porém, respeitar as convicções religiosas do paciente adulto e capaz equivale respeitar a autonomia e autodeterminação individual. O respeito à autodeterminação fundamenta-se no princípio da dignidade da natureza humana. (...) O respeitar a pessoa autônoma pressupõe a aceitação do pluralismo social (1).
A importância das crenças religiosas
Por ser inerente à natureza humana, sustentar convicções e crenças pessoais é reconhecidamente um direito humano fundamental. Sob o prisma dos direitos humanos, o fato está contemplado pelos princípios estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos do Homem, exarada em 10.12.1948, que expressamente estabelece no seu inciso XVIII: "Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular" (2).
A Constituição Federal protege este direito de todos os cidadãos. A liberdade de consciência e de religião "é, de per si, um dos direitos fundamentais", conforme está no 'caput' do art. 5º da Constituição em vigor. Mais do que isto, "é ela, para todos os que aceitam um direito superior ao positivo, um direito natural. É o mais alto de todos os direitos naturais. Realmente, é ele a principal especificação da natureza humana, que se distingue dos demais seres animais pela capacidade de autodeterminação consciente de sua vontade" (3).
Na questão de liberdade e direitos humanos fundamentais, o Concílio Vaticano II emitiu a Declaração sobre liberdade de religião, a qual proclama que todas as pessoas têm o direito fundamental à liberdade e uma inerente liberdade de não serem coagidas com dignidade humana. Devine indica que a questão de recusar um tratamento médico por causa de convicções religiosas está incorporada no princípio teológico destacado no Concílio Vaticano II. "a Declaração sobre Liberdade de Religião [promulgada] pelo [Concílio] Vaticano II, proclamou que todas as pessoas têm um direito fundamental à liberdade de religião e uma liberdade inerente da coerção, baseada na dignidade humana" (4).
No contexto da tomada de decisões relacionadas com o tratamento médico, Devine cita a obra Ethical and Religious Directives for Catholic Health Facilities, na qual bispos dizem que "o bem total para o paciente, que inclui seu mais elevado bem espiritual e físico, é a preocupação primária daqueles a quem se confiou a direção das instituições católicas de saúde". Em adição, Wreen (5) propôs que as razões religiosas para a recusa de tratamento são "especiais" e devem ser consideradas de modo diferente de outras razões oferecidas por pacientes. Em harmonia com Wreen, Orr e Genesen (6) escrevem que o que torna especiais os valores religiosos "é não somente o fato de que eles são partilhados por uma comunidade, mas, o que é mais importante, que eles são incorporados pelo indivíduo na sua pessoa. Os valores religiosos, portanto, são mais intrínsecos do que outros valores partilhados, porque eles tratam do próprio significado da vida".
O consentimento esclarecido
Para que o paciente tenha condições de decidir se um tratamento médico lhe é aceitável segundo o "seu próprio plano de vida (...), embasado em crenças, aspirações e valores próprios", ele precisa ser corretamente informado das intenções e recomendações de seu médico e ter uma visão clara de como tais recomendações afetam seus próprios valores. Então, é dada ao paciente a possibilidade de consentir ou não no tratamento proposto.
Segundo Segre (7), o consentimento esclarecido (ou informado) é uma expressão do "ato autônomo". Este ato é caracterizado como "uma decisão, e um ato, sem restrições internas ou externas, com tanta informação quanto o caso exige, e de acordo com a avaliação feita por uma pessoa no momento de tomar a decisão".
O consentimento esclarecido está na pauta das discussões sobre ética médica na atualidade e o propósito de se requerer este consentimento é o de promover a autonomia do indivíduo na tomada de decisões com relação a assuntos de saúde e tratamento médico. O direito de consentir ou recusar está baseado no princípio do respeito à autonomia. Para o consentimento ser uma autorização válida, ele deve ser baseado na compreensão e ser voluntário (8).
A doutrina do consentimento esclarecido é, na verdade, uma doutrina jurídica que apóia muitos dos nossos ideais sobre direitos individuais. Mas a ênfase indevida nas suas origens e funções jurídicas pode eclipsar o fato de que o consentimento esclarecido não é meramente um conceito jurídico, mas também _ e sobretudo _ ético e moral.
Na tomada de decisão em conjunto quanto a que tipo de tratamento um paciente receberá, ou se é que receberá algum tratamento, o papel do médico será o de explicar as várias opções de diagnóstico ou tratamento que existem para aquele caso e os riscos e benefícios de cada uma delas. Um "padrão subjetivo" requer do médico uma abordagem informativa apropriada a cada indivíduo (1). As informações partilhadas devem incluir _ mas não se limitar a _ objetivos diagnósticos e terapêuticos, os riscos envolvidos no procedimento, alternativas existentes e possibilidades de êxito do tratamento.
Até que ponto aplicam-se os princípios do consentimento esclarecido à recusa de tratamento médico por motivos religiosos? Meisel e Kuczewski escrevem que a abordagem descrita acima "é bastante apropriada para certos casos, tais como para as recusas de tratamento feitas por adultos capazes e baseadas em convicções religiosas" (9). Portanto, quando o processo de decisão é assim partilhado, o profissional de saúde age eticamente e demonstra respeito às crenças religiosas e demais valores de seu paciente.
Há várias religiões cujos princípios podem conflitar com alguma forma de tratamento médico ou com o tratamento médico em geral. O caso das Testemunhas de Jeová ilustra a aplicação dos princípios acima tratados.
Por uma questão de consciência religiosa as Testemunhas de Jeová recusam transfusões de sangue alogênico, mas não recusam o tratamento médico em geral. De acordo com Smalley, "provavelmente, o aspecto mais bem conhecido das crenças das Testemunhas de Jeová no campo da bioética é a posição delas quanto ao uso de sangue. Elas entendem que a Bíblia proíbe os cristãos de manterem sua vida por meio da utilização de transfusões de sangue... [Passagens bíblicas específicas] sustentam que o abster-se de sangue é moralmente tão importante para o cristão quanto o abster-se da idolatria ou da imoralidade sexual" (10).
No entanto, o entendimento religioso das Testemunhas não proíbe de modo absoluto o uso de componentes sangüíneos, como a albumina, as imunoglobulinas e os preparados para hemofílicos; cabe a cada Testemunha decidir individualmente se deve aceitar esse tipo de tratamento (11). Da mesma forma, a circulação extracorpórea e a hemodiálise são prontamente aceitas, desde que se use como primer soluções isentas de sangue (12).
Quão importante é esse assunto para as Testemunhas de Jeová? Elas admitem que "a questão (...) envolve os princípios mais fundamentais sobre os quais [as Testemunhas] baseiam suas vidas. A relação com seu Criador e Deus está em jogo" (13). As crenças das Testemunhas de Jeová _ que recusam transfusões de sangue por motivos religiosos ou médicos _ servem de fundamento para um sistema moral, para um conjunto de juízos deontológicos sobre o que se deve ou não fazer. Segundo este sistema, a recusa às transfusões constitui uma regra de conduta a ser observada, ainda que a sociedade a ignore ou menospreze.
O Código de Ética Médica
No entanto, tais posições podem gerar um conflito entre a consciência do paciente e a do médico. O artigo 56 do Código de Ética Médica muitas vezes tem sido citado para apoiar a idéia de que o médico pode desrespeitar as decisões feitas de antemão pelo paciente no que tange ao seu tratamento de saúde, e praticar um ato médico que o paciente considera impróprio para si, se o paciente estiver em iminente risco de vida.
A razão para essa desconsideração para com as crenças individuais, segundo alguns pensadores, seria a beneficência. Porém, Sprung e Eidelman escreveram que a "beneficência requer que o médico faça o que beneficiará o seu paciente, de acordo com a visão do paciente e não com a visão do médico"(14). Nesse sentido, portanto, o respeito à autonomia e a beneficência contribui harmoniosamente pelo bem-estar do paciente como um todo.
Segundo Cohen, o artigo 56 do Código de Ética Médica "seria menos conflitivo se fosse retirada a salvaguarda `salvo em iminente perigo de vida'. A vida é um valor absoluto e próprio do indivíduo, portanto ela deverá ser respeitada tanto frente ao iminente perigo de vida quanto nas decisões sobre saúde"(15).
Entretanto, por uma questão de lógica e ética, seria totalmente inadequado que o profissional de saúde, consciente ou inconscientemente, reagisse à recusa de um paciente no sentido de privá-lo de tratamento médico ou algo que lhe seja de direito receber.
Suicídio?
Para algumas pessoas, contudo, talvez seja difícil acatar a recusa de um tratamento médico com base em princípios religiosos, pois pode parecer um ato de suicídio e, naturalmente, o suicídio é algo que dificilmente será aceito pela sociedade e pela Medicina.
Garizábal escreveu que atribuir a idéia de suicídio aos casos de recusa de transfusões de sangue é fruto duma "confusão". Ele escreve: "O mero fato de recusar um tratamento não pode ser considerado como uma maneira de morrer. O suicida que deseja morrer (...) cumpre a decisão de acabar voluntariamente com a vida. Ao contrário, e por fidelidade à sua consciência, abster-se de usar um meio curativo não significa a intenção de matar-se. Sua vontade é outra" (16). Na verdade, ao escolher tratamento isento de sangue, as Testemunhas de Jeová não estão exercendo o direito de morrer, mas o direito de escolher a que tipo de tratamento se submeterão.
A nossa Unidade de Hematologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina _ UFSC procura conciliar o tratamento médico e o respeito às crenças religiosas dos pacientes, provendo-lhes um tratamento de qualidade dentro do que lhes é moralmente aceitável. Existem mais de 150 centros no mundo que empregam tratamento médico e cirúrgico sem transfusões de sangue. A forma de tratamento sem sangue constitui um desafio científico, como tantos outros, que tem impulsionado grandes avanços na área médica.
Watts também descreveu suas experiências com as Testemunhas de Jeová como altamente positivas. "Creio que tive benefícios com a experiência e que talvez tenha me tornado um cirurgião um pouco melhor"(17). Explicando que operou centenas de Testemunhas, incluindo cirurgias de esofagectomia e prostatectomia, acreditando que os pacientes se recuperaram melhor do que aqueles que foram transfundidos.
Conclusão
O respeito à autonomia do paciente deve estender-se aos seus valores religiosos. Tais valores não podem ser desconsiderados ou minimizados por outrem, sobretudo pelos profissionais de saúde, a despeito dos melhores e mais sinceros interesses destes profissionais. Certamente, os profissionais de saúde estarão agindo dentro dos limites da ética médica ao respeitar as crenças religiosas de seus pacientes, provendo-lhes tratamento médico compatível com tais crenças. Os valores religiosos podem ser uma força positiva para o conforto e recuperação do paciente se ele estiver seguro de que seus valores serão respeitados.
Abstract _ Medical Ethics and Respect to Religious Faith
The respect to patient autonomy is extended to his/her religious values. Health professionals, in particular, in spite of their best, sincere interests cannot minimize or set these values apart. In addition, religious values may be a positive force for patients' comfort and recovery if they are sure that they will be respected.
Referências Bibliográficas
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Ferreira Filho MG. Questões constitucionais e legais referentes a tratamento médico sem transfusão de sangue (parecer). Cesário Lange, SP: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1994.
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Segre M. Situação ético-jurídica da Testemunha de Jeová e do médico e/ou instituição hospitalar que lhe presta atenções de saúde, face à recusa do paciente-religioso na aceitação de transfusões de sangue (parecer). São Paulo: Instituto Oscar Freire, 1991.
Cohen C, Marcolino JAM. Relação médico-paciente. In: Segre M, Cohen C. Bioética. São Paulo: EDUSP, 1995: 51-62.
Meisel A, Kuczewski M. Legal and ethical myths about informed consent. Arch Intern Med 1996;156:2521-6.
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As testemunhas de Jeová e a questão do sangue. Cesário Lange, SP: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, c1977.
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Garizábal MM. El rechazo de la sengre. In: _______. Sobre las liberdades de conciencia y de religión. Madrid: Defensoria del Pueblo, 1996: 77-88.(Série Textos de divulgación, n. 20)
Watts GT. NHS trusts and Jehovah's witnessess. Lancet 1992;339:1545.
Endereço para correspondência:
Hospital Universitário - UFSC Campus Universitário, s/n 88040-900 Florianópolis - SC

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Civilização Grega

Há mais ou menos 1.500 anos a.C. desenvolveu-se na Península Balcânica a Civilização Grega a mais importante da Antigüidade e também a mais influente de toda a história. Arquitetos Gregos criaram estilos que são copiados até hoje. Seus pensadores fizeram indagações sobre a natureza que continuam a serem discutidas nos dias atuais. O teatro também nasceu na Grécia, onde as primeiras peças eram representadas em anfiteatros abertos. Foi em Atenas, uma Cidade-Estado*, que se fundou a primeira democracia, isto é, o governo do povo - embora houvessem escravos, que por não serem cidadãos não votavam -. A sociedade grega atravessou diversas fases, atingindo seu apogeu entre os anos 600 e 300 a.C., com grande florescimento das artes e da cultura. A Grécia foi unificada por Felipe da Macedônia. Seu filho, Alexandre O Grande, disseminou a cultura grega pelo Oriente Médio e pelo norte da África.
Descrição do país
Na região sudoeste da Europa, formando a extremidade meridional da península balcânica, situa-se a Grécia, país de tanta fama e grandeza nas páginas das grandes civilizações.
O país compreende duas partes: a continental e a insular. Aquela (conforme se pode observar em qualquer mapa) caracteriza-se pelo número de regiões: a Tessália e o Épiro ao norte; a Etólia próxima a Delfos, a Beócia, junto a Tebas e a Ática triangular em que se situa Atenas. Mais para o sul, no Peloponeso separado do restante do país pelo istmo de Corinto, temos a Élida, a Arcádia, a Lacônia e Messênia. A parte insular compreende centenas de ilhas constantemente citadas na história, na literatura e nas artes (Creta, Milo, Paros, Samos, Lesbos são algumas das que tem maior celebridade).
O clima da Grécia assemelha-se ao dos países mediterrâneos: quente e seco no verão, frio e úmido no inverno.
O nome de Grécia foi desconhecidos por seus antigos habitantes, Estes se chamavam Helenos e ao país denominavam de Hélade. Foram os romanos, os criadores daquele termo derivado de Graea, povoação do Épiro, de onde vieram os primeiros colonos helenos da Itália.
O papel do mar
O mar desempenhou para os gregos uma função de alta importância; dilatou-lhes excepcionalmente o horizonte. É assim que, navegando de ilha em ilha (era o tempo em que a navegação não ousava perder de vista o horizonte terrestre). os gregos chegaram: a) pelo mar Egeu ao litoral da Ásia Menor, onde fundaram colônias e dominaram localidades; b) pelo mar Jônico à Itália Meridional e à Sicília, onde fundaram a Magna Grécia.
O mundo grego compunha-se, portanto, graças ao mar, de três partes: a Grécia propriamente dita, a Grécia da Ásia Menor ( o outro lado do mar Egeu, diziam os gregos) e a Magna Grécia.
A formação do povo
Os próprios gregos ignoravam a sua origem e procuravam explica-la através de lendas maravilhosas (os mitos). Na verdade, porém, a Grécia foi habitada, em tempos, muito distantes, por povos não gregos, de origem mediterrânea a que se dá o nome de pelasgos.
Mais tarde, o país foi invadido por povos arianos - Aqueus e dórios principalmente - os quais acabaram por se mesclar e deram origem aos helenos.
A religião dos gregos
Os gregos tal como os egípcios eram politeístas, isto é, adoravam muitos deuses. Os mais poderoso era Zeus, deus do céu e do fogo. Hera, sua esposa protegia a vida familiar. Seguiam-se entre outros, Apolo, o deus do sol, Ártemis, a deusa da Lua, Hermes, deus dos oradores e comerciantes, Ares, deus da guerra e Atena deusa da sabedoria.
O culto e os heróis
O culto aos deuses comportava entre os gregos o sacrifício de animais e festas. Algumas festas eram particulares a determinadas cidades, enquanto outras eram comuns a toda Grécia. Entre as primeiras, cita-se a procissão de Palas-Atena, realizada em Atenas em honra da deusas que protegia a cidade. Das segundas, cita-se a de Olímpia, onde compareciam gregos de todos os lugares para participar ou assistir os Jogos Olímpicos.
Ademais, os gregos reverenciavam os heróis (homens que haviam realizado feitos extraordinários e que uma vez mortos se aviam transformados em deuses). O mais famoso dos heróis gregos foi Hércules.
Os monumentos Gregos
Os mais belos monumentos arquitetônicos da Grécia antiga constituíam-se de templos dedicados a vários deuses. Cada cidade-estado tinha orgulho de seus templos. Nenhuma, porém, possuiu templos tão grandiosos e tão belos como Atenas. Os templos atenienses agrupavam-se num planalto rochoso, isto é, na acrópole (parte alta da cidade).
O principal era o Partenon, templo dedicado a Palas-Atena. O arquiteto que construiu este templo foi Fídias que era igualmente um grande escultor. Suas obras principais de estatuária consistiram na estátua de Palas-Atena, junto ao Partenon, e na de Zeus, erguida na cidade de Olímpia.
As letras Gregas
Os maiores escritores da Grécia viveram entre o V e o IV séculos. Entre outros citam-se Ésquilo, Sófocles e Euripedes, autores teatrais que se dedicaram a celebração dos episódios mais gloriosos da história do país. Aristófanes escritor de comédias e Demostenes, também famoso orador se integram a citação resumida que aqui faço.
A tais nomes cumpre ainda juntar os de Píndaro (famoso poeta), Heródoto e Túcides (grandes historiadores) e Tales de Mileto, Pitágoras, Sócrates e Platão (grandes pensadores).
Filosofia Grega
A filosofia grega dividi-se em antes e depois de Sócrates. Foram pré-socráticos Tales de Mileto (fim do século VII - início do VI a.C.); Pitágoras (582 - 497 a.C.); Demócrito (460 - 370 a.C.); Heráclito (535 - 475 a.C.); e Parmênides (540 - ? a.C.). No tempo de Sócrates predominava a escola dos sofista que se serviam de reflexão para atingir fins imediatos, ainda que por falso argumentos. O maior dos sofista foi Pitágoras.
Sócrates (470 - 399 a.C.) - Fundou a Filosofia Humanista. Criou a maiêutica ("parto das idéias"), método de reflexão que consiste em multiplicar as perguntas para obter, a partir da indução de casos particulares, um conceito geral do objetivo. Para Sócrates, a virtude era uma ciência que se podia aprender. Uma voz interior, daimon, indicaria o caminho do bem. Irônico, hábil em confundir o interlocutor, cercado de discípulos extravagantes, como Alcebíades, atraiu muitos inimigos. Acusado de renegar os deuses e corromper a juventude, Sócrates foi condenado a beber cicuta (tipo um veneno), o que fez com bravura e serenidade.
Platão (427 - 347 a.C.) - Principal discípulo de Sócrates, fundou a Academia de Atenas. Segundo sua teoria, baseadas nas idéias (formas essenciais), o mundo real transcende o mundo das aparências, o qual nada mais é do que uma derivação das idéias matrizes. Em suas obras políticas, destaca como virtudes essenciais a bravura, a serenidade e a justiça. Obras importantes: Apologia de Sócrates**, Críton, O Banquete, Fédon, Fedro e A República.
Aristóteles (384 - 322 a. C.) - Considerado por muitos como o maior filósofo de todos os tempos. Abarcou todos os conhecimentos de seu tempo - Lógica, Física, Metafísica, Moral, Política, Retórica e Poética. Sua obra foi editada pela primeira vez no séc. I a.C. por Andrônico de Rodes. Partindo de Sócrates e Platão, Aristóteles sistematizou os princípios da Lógica, formando uma ciência que ele chamou de Analítica. Sua Metafísica estuda o "ser enquanto ser"e investiga os "primeiros princípios" e as "causas primeiras do ser". Em sua Teologia, Aristóteles procura demonstrar racionalmente a existência de Deus, o "primeiro motor móvel", o "não-vir-a-ser", o "ato puro".
Doenças transmitidas pela água


A falta de água potável e de esgoto tratado facilita a transmissão de doenças que, calcula-se, provocam cerca de 30 mil mortes diariamente no mundo. A maioria delas acontece entre crianças, principalmente as de classes mais pobres, que morrem desidratadas, vítimas de diarréia causadas por micróbios. No Brasil, infelizmente mais de 3 milhões de famílias não recebem água tratada e um número de casas duas vezes e meia maior que esse não tem esgoto. Isso é muito grave.
Estima-se que o acesso à água limpa e ao esgoto reduziria em pelo menos um quinto a mortalidade infantil.

Originária da Ásia, mais precisamente da Índia e de Bangladesh, a cólera se espalhou para outros continentes a partir de 1817. Chegou ao Brasil no ano de 1885, invadindo os estados do Amazonas, Bahia, Pará e Rio de Janeiro. Em 1893 a doença chegou a São Paulo, alastrando-se tanto na capital quanto no interior do estado. No entanto, no final do século XIX, o governo brasileiro declarava a doença erradicava de todo o país. Cerca de um século depois, em abril de 1991, a cólera chegou novamente ao Brasil. Vindo o Peru, fez sua primeira vítima na cidade de Tabatinga, Amazonas.

quarta-feira, 13 de maio de 2009


Dinossauros
O nome dinossauro vem do grego que significa: Terivel, Reptil. os dinossauros sempre andavam em grupo de Arcosauros que viveram no periodo Triássico,em cerca de 225milhoes de anos que é dominante da fauna terrestre durante da boa parte da era Mezozoica, do inicio jurassico
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Terça-feira, 12 de Maio de 2009

Fenícios

Os Fenícios eram uma civilização dedicada ao comercio marítimo. Entre o século X e I a. C., viviam ao longo do Mediterrâneo.Sua poderosa marinha era formada por barcos de madeira bem veloz e por isso dominaram o Mediterrâneo.No século V a.C., Alexandre, o Grande conquistou a Fenícia que deixou de ser reconhecida como uma unidade política.Mas até o século II sua influencia continuou existindo.

6º ANO B CP UFMG 2009

6º ANO B CP UFMG 2009: "Para acontecer o ciclo de um mosquito, o macho se encontra com a fêmea para se fazer o acasalamento. Depois disto a fêmea sai à procura de alguém para se alimentar de sangue e conseguir produzir seus ovos. Após ela ter picado alguém, ela sai à procura de algum lugar que tenha água parada e limpa para depositar seus ovos a borda de, por exemplo, um vasinho de planta acumulado com água que, assim que chover, a água chegará ao nível onde estão os ovos do mosquito da dengue. Se a água do vasinho estiver suja as larvas morrem. Depois de um tempo a larva que já saiu do ovo, passa por uma transformação: saindo do exoesqueleto para se transforma em pupa. Depois da transformação, a larva / mosquito sai de sua pupa para começar o seu ciclo de novo: reprodução / acasalamento, deposição dos ovos, fases da lavra, pupa e adulto. E assim sucessivamente como todos os mosquitos fazendo o seu ciclo.
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Quarta-feira, 29 de Abril de 2009
PROJETO INTERDISCIPLINAR

Prezados(as) alunos(as),

Hoje, dia 29 de abril de 2009, os/as alunos/as do 6o ano B do Centro Pedagógico da UFMG criaram blogs para facilitar a comunicação entre nós, professores/as e a turma.
A idéia é que possamos dialogar mais, trocar idéias, indicar materiais e socializar as pesquisas que são propostas, inicialmente pela professora Selma nas aulas de Ciências e nos nossos estudos nas aulas de História.
Provavelmente outros/as professores/as também irão usufruir desse espaço para intensificar nosso diálogo.
Além desse blog, outros oito foram criados sendo um"